pintou as unhas dos pés de vermelho. não era um hábito e passou a andar insegura. mesmo duvidosa de que seria confortável para si mesma (e confortável aqui quero dizer adequado ao seu caráter), insistiu - amarrou a sandália amarela no tornozelo, e com a bolsa a tiracolo trancou a porta de fora. esperou impaciente, como sempre, o elevador. entrou. sua intenção era chegar à garagem no subsolo e ao contrário ele foi acionado no décimo andar. franziu a testa chateada - está aí uma coisa desagradável. esperou. o rapaz que abriu a porta no décimo entrou com um boa noite entre lábios, tristonho, e não a olhou nos olhos. ela o observou por uns instantes; aquele olhar abatido buscando nas paredes do cúbiculo onde se fixar. parece que o chão é o lugar mais seguro nesses momentos, ele não queria contato. ela continuou o observando curiosa e percebeu que os olhos dele pararam em seus pés, e que agora daqueles lábios serrados se abria um sorriso. unhas vermelhas - ela lembrou e desviou o rosto envergonhada. um até logo de despedida quando ele desceu no térreo e dessa vez de cabeça erguida e bochechas mais coradas, ela respondeu contagiada e a porta se fechou, no espelho a menina era brilho.
terça-feira, 31 de março de 2009
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sempre reparei na maneira como as pessoas se comportam no elevador. engraçado que segundos parecem longos minutos e uma ida inesperada ao último andar pode render boas conversas e alguns sorrisos!
ResponderExcluirbeijo, jojoquinha!